[PEL] Não haverá ônibus Interbairros também nesta quinta (10).

foto4Um dia de transtorno para quem utiliza a linha Interbairros, em Pelotas. Assim foi a quarta-feira (9) para grande número de pessoas, que teve de se valer de outros ônibus e em alguns casos, mais de um, para chegar ao seu destino. E a situação continuará nesta quinta (10). Os motoristas e cobradores da empresa São Jorge foram os únicos que entraram em greve por falta de acordo com a direção da empresa em relação as suas reivindicações, sobretudo no que diz respeito à jornada ininterrupta de sete horas. No final da tarde, foi realizada uma nova reunião com a classe patronal, os funcionários decidiram não retornar ao trabalho.

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores nos Transportes Rodoviários, Éder Blanck, disse mais: se não houver acerto com a direção da empresa, na quinta vão parar também os ônibus que fazem as linhas para a zona rural de Pelotas. Conforme o sindicalista, são três cláusulas do dissídio de novembro de 2013 que ficaram para trás e agora são reivindicadas. Além da jornada, segurança no transporte, já que motoristas e cobradores são alvo de assaltos a qualquer hora do dia ou da noite, e plano de saúde. Ontem, os grevistas passaram o dia na frente da sede da empresa, situada na vila Santa Terezinha.

O procurador jurídico da São Jorge, Luiz Cavalheiro, afirma ser inverídica a informação de que a empresa não apresentou proposta. O documento foi entregue terça-feira e o protocolo assinado pelo presidente do Sindicato. A direção da São Jorge pediu 30 dias para adotar os novos horários, aos domingos e feriados, e 90 dias para realizar estudos e apresentar uma proposição quanto ao pleito. Explica que por se tratar de uma linha integrada, para não mexer na escala tem que deixar os passageiros esperando no ônibus e contratar mais funcionários.

Cavalheiro salienta que a empresa Conquistadora deixou de fora do acordo a linha integrada que possui, exatamente pela dificuldade em resolver a questão. “Mas a São Jorge é só a Interbairros”, enfatiza. Quanto à segurança, fala que a empresa também anseia por isso, mas cabe ao Estado. Sobre o plano de saúde, assegura que é a única a oferecer o benefício e há 12 anos. O advogado criticou a ação dos grevistas, que impediram o acesso à empresa dos funcionários que queriam trabalhar. A São Jorge tem aproximadamente 100 trabalhadores contratados.

Desavisados esperaram em vão
A maioria das paradas da São Jorge estava vazia ontem, mas nem todos sabiam da greve. Parado há mais ou menos meia hora na parada de ônibus, o estudante Robson Camargo, 21, ficou sabendo da mobilização pela reportagem do Diário Popular. “Por isso que passaram quatro ônibus do Navegantes e o meu nada”, disse ele, surpreso. O jeito foi pegar um mototáxi. O rapaz havia saído da aula, estava na avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira, próximo da Balsa, e queria ir para casa, no Fragata.

O comerciário Fernando Castro, 61, trabalha na zona norte e mora na Guabiroba. Todos os dias usa o Interbairros, mas ontem teve de se valer de quatro, ao invés de dois ônibus. Um de casa ao Centro e outro do Centro para o trabalho, e vice-versa. Nem voltou para almoçar. Mas não estava desavisado, como Robson. Sabia da greve. Como já não paga mais pelo transporte, não chegou a ter prejuízo financeiro, mas colegas seus tiveram, tendo de arcar com o gasto de duas passagens a mais, relatou. A agente administrativa Marilda Neto, 55, reside no Laranjal e não foi afetada. “Que bom, porque eu nem sabia que iam parar”, destacou.

DIARIO POPULAR
Tânia Cabistany
http://www2.diariopopular.com.br/index.php?n_sistema=3056&id_noticia=ODE5Nzk=&id_area=Mg==

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