Brigada Militar orienta que gaúchos não saiam de casa a partir desta segunda (03).
“Orientamos a população do Rio Grande do Sul que não saiam de suas residências na segunda-feira (3 de agosto).”
Essa é uma das recomendações presentes em um documento cuja signatária é a Associação de Cabos e Soldados da Brigada Militar em reação ao anúncio do governo do Estado de parcelar os salários do funcionalismo. As consequências da medida resultam em um início de semana de insegurança para os gaúchos de todas regiões do Estado. Servidores da Segurança Pública prometem paralisar as atividades.
Na segunda-feira nenhum criminoso deverá ser encaminhado ao Presídio Regional de Pelotas (PRP). De acordo com o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Rio Grande do Sul, Flávio Berneira, apenas a alimentação e os serviços médicos emergenciais estarão funcionando.”Nenhum preso vai entrar e nem sair do presídio”, disse.
A Polícia Civil também vai cruzar os braços. Em Pelotas, a partir das 8h os policiais estarão concentrados em frente à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA), onde pretendem permanecer até as 18h em forma de protesto contra o governo. Por orientação do sindicato da categoria, as viaturas não irão circular. Tampouco haverá cumprimento de mandados de buscas e apreensões, de prisões, operações, serviço cartorário, entrega de intimações, oitivas e remessa de inquéritos policiais ao Poder Judiciário. Nada. DPPAs e plantões vão atender somente os flagrantes e casos de maior gravidade, como homicídio, estupro, ocorrências envolvendo crianças e adolescentes e Lei Maria da Penha, além das ocorrências nas quais os plantonistas julguem imprescindível intervenção imediata. Para a representante do Sindicato dos Escrivães, Inspetores e Investigadores de Polícia de Pelotas (Ugeirm), Dionisia Machado, a situação é preocupante. “Chegamos no limite, não temos como dar segurança à população – mas vamos lutar até o fim por isso. O governo vai nos ouvir”, comentou.
Na próxima terça-feira professores e funcionários da área da Educação e Segurança (Brigada Militar, Polícia Civil e Susepe) se reúnem no calçadão da Andrade Neves, a partir das 14h, para um ato público contra o governo Sartori.
A intenção, segundo o presidente da Associação de Cabos e Soldados, Neimar de Oliveira, é mostrar que a atual situação oferece riscos tanto para a população quanto para os policiais. “Pedimos intervenção federal. O Sartori está colocando em risco a vida daqueles que votaram e não votaram nele. É revoltante”, reclamou.
Uma série de fatores contribuiu para que a Segurança Pública tenha se tornado, em menos de oito meses, o calcanhar de aquiles do governo José Ivo Sartori. E a situação tende a piorar. Além de tornar crescente a sensação de insegurança nas ruas ao diminuir o pagamento de horas extras a policiais e congelar a reposição de efetivo, a crise financeira enfrentada pelo Estado deve resultar na revisão do aumento salarial dos servidores previsto para novembro.
Via Diário Popular