[AG] Defensores registram em laudo a situação do Clube do Comércio de Arroio Grande.

Abandono. Essa foi a sensação dos Defensores do Patrimônio Histórico e Cultural de Arroio Grande, ao abrirem a porta principal do Clube do Comércio, antigo Instrução e Recreio, fechado desde o mês de fevereiro do ano passado pelo Corpo de Bombeiros. A visita, que passou um pente fino na situação interna e externa do prédio, sob a supervisão do engenheiro civil José Carlos Souza Filho, ex-presidente do clube, deu origem a laudo técnico, que será apresentado à promotora de Justiça Cristiane Maria Scholl Levien, nesta quarta-feira (29), a partir das 14h, durante reunião na sede do Ministério Público local.

Souza Filho não deu detalhes da vistoria, cujo laudo seria elaborado na noite desta terça, mas adiantou que tudo leva a crer que a interdição total do prédio foi precipitada, o que provocou o desgaste ainda maior da casa. Fechado há um ano, o prédio histórico, que já foi alvo de inúmeras intervenções ao longo dos anos, virou morada de pombos, está cheio de infiltrações, buracos no forro, mobília amontoada e quebrada, e inúmeros problemas que serão elencados no laudo técnico.

A luta pela preservação e conservação dos prédios históricos de Arroio Grande, encabeçada pelo grupo Defensores obteve uma recente conquista. A casa da antiga e primeira Câmara de Vereadores de Arroio Grande, datada de 1873, e que foi também local de nascimento do arroio-grandense ilustre Herculano de Freitas, teve sua importância histórica reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae). O destino deste prédio também será tratado durante a reunião.

Promotoria
A pedido da promotora, os prédios do Clube do Comércio e onde foi a primeira Câmara Municipal, localizados entre as ruas Doutor Monteiro e Herculano de Freitas, uma em frente à outra, e que se encontram em precárias condições, já foram submetidas a levantamento do Iphae. Segundo a promotora, no caso do clube foi atestado que teve suas características arquitetônicas originais modificadas e uma alternativa seria a prefeitura ocupá-lo e reformá-lo por aluguel e posteriormente devolvê-lo à sociedade. Quanto à construção centenária, ela disse que recebeu laudo comprovando a sua importância e indicando a necessidade de obras emergenciais, a serem feitas antes mesmo da desapropriação.

DIÁRIO POPULAR.

Luciara Schneid