Egressas do Presídio Regional de Pelotas poderão ter chances de geração de renda

Uma segunda chance. É isso que o Pacto Pelotas pela Paz propõe aos apenados e egressos do sistema prisional, através de iniciativas como o ‘Mão de Obra Prisional’ (premiado nacionalmente), que já recuperou 24 unidades de saúde em Pelotas. Nesta semana, um passo importante foi dado em direção à oportunidade de profissionalização e geração de renda para egressas do Presídio Regional de Pelotas (PRP).

A primeira conversa sobre o assunto ocorreu nessa quarta-feira (13), quando integrantes e o presidente do Conselho da Comunidade dos Apenados, José Luiz Barella, visitaram as atuais instalações do projeto ‘Reabilitação, Trabalho e Arte’ (Retrate) – serviço ligado ao setor de Saúde Mental, da Secretaria de Saúde – para conhecer as atividades ali realizadas.  

A ideia é estabelecer uma parceria com a Prefeitura para oferecer oficinas profissionalizantes destinadas a apenadas que deixam o PRP e se interessam por cursos de artesanato e panificação, por exemplo. “É uma forma de dar condições e preparo para que elas se qualifiquem e consigam gerar a própria renda”, destaca o idealizador do MOP em Pelotas, Leandro Thurow.

Em seguida, o grupo foi visitar um prédio, localizado na avenida Saldanha Marinho, que poderá sediar o Retrate futuramente, depois de reformado pela mão de obra prisional. O local originalmente serviria como sede para o Centro Integrado de Penas Alternativas (Cipa), mas este será instalado no Foro de Pelotas.

Prefeitura, Conselho e PRP

Desta forma, surgiu o plano de transferir um serviço já consolidado da Prefeitura para o espaço e, assim como na proposta inicial, mantê-lo ligado ao Pacto Pelotas pela Paz. “Ainda conseguiríamos economizar recursos ao deixar de pagar o aluguel do prédio atual, o que seria ótimo, considerando a nossa preocupação em conter gastos”, afirma Thurow.

Agora, Prefeitura, Conselho e PRP devem articular a forma de colocar em prática a iniciativa, beneficiando as egressas do sistema prisional e abrangendo, ainda mais, a atuação do Retrate – atualmente, cerca de 40 mulheres são vinculadas às oficinas e outras centenas já passaram pelo projeto. Algumas, já estão inseridas no mercado de trabalho formal e outras gerenciam seu próprio negócio, com lojas físicas e virtuais.  

Por Luiza Meirelles