Assembleia do Cpers pode definr greve dos professores em março.
Assim como ocorreu em 2013, este é mais um ano que se inicia com dúvidas para os professores. A categoria, que esteve mobilizada em duas greves no ano anterior, segue com as mesmas reivindicações. A tensão entre professores e governo estadual, que já é antiga, ganhou mais um capítulo na semana passada, mesmo antes de começar o ano letivo. Na sexta-feira, em uma reunião do Centro dos Professores do Estado (Cpers/Sindicato), o Conselho Geral Ampliado deliberou um indicativo de greve por tempo indeterminado.
Em abril de 2013, uma greve dos professores já reivindicava contra o não pagamento do piso nacional, situado atualmente em R$ 1.697 após os últimos reajustes. O ano foi de protestos pelo Estado e outra greve entre agosto e setembro.
O 6º núcleo regional do sindicato abrange as cidades de Rio Grande, São José do Norte, Santa Vitória do Palmar e Chuí. A diretora-geral do núcleo, Andrea Nunes da Rosa, confirma que o descumprimento da lei do piso ainda é o maior motivo das greves. “Está terminando o mandato do atual governo e até agora não resolveram essa questão, foram quatro anos assim, o nosso piso para 40h segue sendo R$ 1.040. Além disso, não cumpriram com algumas promessas feitas na outra greve, como o vale-alimentação”, destaca.
Assembleia geral
As próximas decisões da categoria serão tomadas no dia 14 de março, quando está marcada uma assembleia geral em Porto Alegre para decidir ou não pela greve. Para Andrea, é difícil prever o que acontecerá até lá. “Aqui em Rio Grande ainda não visitamos as escolas, não conversamos com os professores para saber se são contra ou a favor neste momento”, avalia. Ela complementa afirmando que na última greve, no fim de 2013, os profissionais da área estavam descrentes quanto aos resultados positivos de uma greve, mas que a situação agora pode ser outra.
Antes da data prevista para a assembleia geral, o núcleo regional irá se reunir para apresentar sua posição. Quanto as possibilidades de o governo negociar e atender às reclamações do Cpers, Andrea mantém os pés no chão. “Até agora, não é o que governo vem demonstrando, pelo contrário, ele parece estar muito longe de corresponder às nossas expectativas”, afirma.
Independente da decisão do dia 14, já está marcada uma paralisação nacional durante as dias de 17, 18 e 19 de março. Conhecendo as dificuldades de convencer os poderes públicos a cederem, Andrea admite que “somente com muita adesão e mobilização uma nova greve valerá a pena”, e atenta para um detalhe importante: “não podemos também esquecer que estamos em ano de eleição”.
Caso a greve seja aprovada, cerca de 31 escolas em Rio Grande serão afetadas. O Cpers possui aproximadamente 1,2 mil associados na cidade.
Por Camla Costa
Diário Popular