[PEL] Desaparecimento de professora completa duas semanas em Pelotas.
O desaparecimento de uma professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) completa duas semanas nesta quinta-feira (23). Cláudia Hartleben, de 47 anos, sumiu depois de chegar em casa, à noite, no dia 9 de abril. A polícia investiga o caso.
Eliza Komninou, amiga de Cláudia, foi a última pessoa a ver a docente antes do sumiço. As duas jantaram juntas na data do desaparecimento.
“A gente falou um pouco sobre tudo, muito normal. Ela saiu daqui feliz. Todo mundo que conhece a Claudia sabe que, se tivesse algo incomodando, ela nunca deixaria de transparecer isso”, conta.
Depois da janta, Cláudia teria ido de carro até em casa. Devido à falta de notícias, no outro dia, a amiga foi até a residência. Encontrou, no quarto da professora, a roupa que ela havia vestido durante o jantar.
“As coisas que ela usava, todas na cabeceira da cama. O chinelinho que ela estava, do lado da cama. Aconteceu alguma coisa que fez ela desaparecer”, completa.
Cláudia é professora de biotecnologia da universidade. Desde o desaparecimento, os alunos e amigos têm feito uma corrente para tentar encontrá-la. Imagens da docente são compartilhadas por milhares de pessoas. Uma passeata também já foi feita pelas ruas do Centro da cidade.
Psicólogos têm ajudado os alunos e colegas de Claudia a lidar com o desaparecimento. Segundo a estudante Francine Sinott, a rotina mudou drasticamente há duas semanas.
“O fato de a gente não ter nenhum conhecimento do que aconteceu com ela não deixa que a gente prossiga na universidade”, lamenta.
Nas investigações, a polícia trabalha com diferentes possibilidades, como desaparecimento espontâneo, cárcere privado e homicídio. A hipótese de sequestro está descartada, já que não foi feito nenhum contato telefônico ou pedido de resgate. Os agentes realizaram três mandados de busca e apreensão em casas e em um veículo. Em nenhum dos locais foi encontrado sangue.
Imagens de câmeras de segurança nas proximidades da casa de Claudia e nas saídas da cidade também estão sendo analisadas. A polícia já pediu a quebra de alguns sigilos, como o telefônico.
“Nós temos a última ligação que ela efetuou, que foi às 22h43 do dia 9 de abril. Depois disso, não temos novas ligações efetuadas dela, nem ligações de terceiros tentando ter contato. Estamos verificando todas as ligações que foram efetuadas e recebidas no dia do fato”, aponta o delegado Félix Rafanhim.
Três policiais estão focados no caso. A polícia pede que qualquer pessoa que tenha alguma informação sobre a professora entre em contato pelo telefone 197.
“Não existem suspeitos de nada, até porque não existe um crime, por enquanto. Todas as situações possíveis que tenham levado ela a desaparecer estão sendo checadas”, completa o delegado.
“A gente não sabe o que vai ser daqui pra frente se ela não aparecer, porque a impressão que a gente tem é que vai ficar um vazio gigantesco nos nossos dias. Tem que ter esperança”, relata Eliza, emocionada ao falar da amiga.
Fonte: G1