[PEL] Rompimento de adutora deixa mais de 70 mil moradores sem água no Fragata, em Pelotas.
O clima é de indignação no bairro Fragata. Ao todo, 73.632 pessoas precisaram driblar necessidades básicas, como higiene e alimentação, e buscar alternativas para a falta de abastecimento de água. O motivo do transtorno foi o rompimento de uma adutora na madrugada de quarta-feira (27).
Na residência da dona de casa Maria Crizel, a louça acumulada na pia e as roupas na máquina de lavar preocupavam a moradora que, nesta quinta-feira (28), reunia em baldes espalhados pela casa o resto da água da caixa d’água. A situação se repetia com Janice Caldeira, que com uma família de cinco pessoas precisava contar com a ajuda dos vizinhos para enfrentar o problema. “É preciso muito jogo de cintura. Minha filha teve que tomar banho na casa ao lado, onde ainda tem água na caixa.”
Dificuldades envolvendo abastecimento não são novidade para as moradoras. Ambas afirmam que durante o dia o volume de água que sai das torneiras é sempre muito fraco. “Para tomar banho só de madrugada. É preciso enfrentar o frio”, diz Maria. Ao meio-dia costuma ser o pior horário, quando nada mais que um fio de água costuma sair da torneira.
O problema
O Sanep realizou reparos na adutora, localizada na rua Frontino Vieira. Segundo o superintentende operacional Jonas Silveira as obras não tinham previsão de conclusão. Próximo ao local, os moradores buscavam água em uma caixa d’água da rua. Astrogildo Matias utilizou um carrinho de mão para carregar três baldes. O morador explicou que já era a segunda viagem que fazia só pela manhã e optou pelo carrinho porque mora longe da fonte.
De acordo com Silveira, que acompanhava a equipe no conserto do problema, a adutora de material brasilit sofreu um rompimento devido a uma forte pressão. O material antigo está presente em grande parte da tubulação de Pelotas e encontra-se desgastado.
Cohab Fragata, Gotuzzo e Guabiroba também foram localidades afetadas pelo rompimento. Conforme Silveira, após a troca do material ainda seria preciso esperar que a água tivesse força para correr normalmente. Mesmo sem prazo, a ideia era que até o final desta quinta-feira o serviço estivesse regularizado. Até o início da noite no entanto, o bairro intercalava momentos de falta d’agua com outros de pouca pressão.
Quanto ao problema de pressão da água no Fragata, apontado por moradores, o chefe de Divisão de Águas, Alexandre Duval, esclareceu que há planos para a solução da situação. Na visão de Duval, o aumento populacional é um dos responsáveis pela diminuição do fluxo de água, principalmente devido aos grandes empreendimentos que tem sido lançados na cidade. Um novo para o esquema de abastecimento de água do Fragata já vem sendo estudado. A finalização das obras de uma nova estação de tratamento de esgosto também devem colaborar. Não há previsão para o início das atividades que se encontram na fase de compra de materiais.